sexta-feira, 28 de maio de 2010

O novo homem

Cara, o Dezã é um novo homem.
Imagina só: um homem solteiro, em um quase bom estado de saúde, alguns vícios nada preocupantes (exceto de pagar doses de amor à consultoras sentimentais noturnas), e que vai viajar 300 quilômetros com uma mulher ao seu lado, e não tenta em nenhum momento um contato mais acentuado, um contato mais íntimo, não pode ser o mesmo homem que conhecíamos.
Estou até imaginando a cena.
O dia está quente, os sentidos estão mais aflorados, o Dezã olha para o lado e o que ele vê? Uma mulher.
Óquei beibe, nada que se diga “nóóóóssaa, mas QUE mulher!”, mas ainda assim uma legítima representante do sexo feminino, que já nasceu mulher mesmo, de verdade. Com pernas de mulher que talvez não sejam tão roliças como as da Camila Pitanga, ou nem tão grossas como as pernas da Paula Burlamaqui, nem tão apetitosas como as da Viviane Araújo, mas ainda assim pernas femininas. Pernas de mulher ao teu lado, ali, atingível ao menor deslocamento do antebraço.
E seios, ela também tem seios. Sim, eu sei que não são PEITOS, são apenas seios. Porém seios cumpridores, pequenos, porém cumpridores que os seios pequenos são cumpridores, sim senhor. Não é uma Pámela Anderson, uma Daniele Winitz, uma... PEITUDA, mas por mil dulorens!, ainda assim são seios.
E o rostinho? O rostinho, hein??? O ros-ti-nho, mén....
Bom, deixa prá lá o rostinho...
E o Dezã, trocando marchas, com as mãos trêmulas, o suor lhe escorrendo pela face – apesar do ar-condicionado ligado - parecendo estar com uma crise de abstinência após uma das tantas noites de orgias intermináveis com aquelas devassas que fumam, bebem e dormem tarde, aquelas mulheres impiedosas, que após satisfazerem seus desejos carnais nos abandonam sem pudores.
Eis o homem.
Trêmulo, o coração descompassado, os olhos enevoados, os sentidos diretamente atingidos por aquele perfume inebriante que lhe apossava, entrando pelas narinas e chegando ao âmago de seu corpo. Um corpo preparado para se defender dos ataques mais vorazes daquelas perigosas armas químicas, disfarçadas em caixas de vinho Castelamare. Um corpo preparado para os ataques mais ferozes das Bhoemias e Originais e Brahmas Extras.
Mas...
Um corpo não preparado para estar ao lado de uma quase diva internacional, que estava querendo o toque, querendo batalhas de pele, querendo libertar o instinto selvagem que alguns incautos teimam em chamar de amor. Enfim, um corpo não preparado para evitar um choque sexual-cultural.
Pobre Dezã. Quase posso sentir a angústia dele.
E eis que então, a diva, a musa do Mercosul, eis que a loba disfarçada lança seu ataque feroz e diz, sem pudores ou papas na língua:
- Deçã, estibe pensando: No quieres comer alguna cosita????
Ao que então o Homem, o Mito, o Charles Bronson de Farroupilha responde:
- Buenas, estava mesmo pensando em parar prá comer um pastel e tomar um refri. Topas???

Uiliam, o amoroso!

Uiliam, o amoroso!

Existe uma história dos deuses romanos (também gregos, só que com nomes diferentes) que é tri. Senão vejamos.
Vênus, uma belíssima rapariga, dizem que a mais bela do panteão romano (aquela que depois ficou sem braços, na escultura do Alexandros da Antióquia), era casada com Vulcano, mas mantinha uma relação amistosíssima com Marte (dizem as más línguas que Vulcano além de feio era manco e já o Marte era uma espécie de Brad Pitt romano), sendo que desta relação amistosíssima com Marte, nasceu Cupido, que encarnava a paixão e o amor e através de flechadas certeiras fazia com que o alvo escolhido se apaixonasse perdidamente pela figura a sua frente.
Bueno, reza a lenda que Vênus, após refestelar-se com Marte e sem mais o que fazer, estava olhando para a terra e avistou uma bela moça, que depois saberia tratar-se de Psique, e no mesmo instante falou para com seus botões:
- Raios! Raios duplos! Quem é esta rapariga que é tão linda quando eu? - que Vênus tinha dessas de se achar.
Lembra um pouco a rainha má, madrasta da Branca de Neve, tipo: Espelho, espelho meu e bibibi.
Então a bela Vênus, corroída pela inveja da beleza da guria que tinha visto, chama seu filho Cupido, que andava pelas redondezas celestiais romanas meio que sem ter o que fazer com seu arco e flecha a tiracolo, e pede a ele que atire uma de suas flechas na dita cuja Psique, aquelazinha, quando ela estivesse passando em frente ao homem mais feio da terra, de preferência manco também como o Vulcano, para que ela se apaixonasse pelo treco horrível.
Só que a bela Vênus esqueceu de avisar ao jovem Cupido que a tal Psique também era bela, belíssima, bela mesmo, do verbo linda, e eis que quando o jovem Cupido, bem mandado que era, foi executar o pedido de sua mãe, encontrou a jovem Psique a repousar, linda, linda, e na hora de disparar sua flecha encharcada de amor, acabou acertando seu próprio braço, apaixonando-se perdidamente pela jovem.
Isso prova que o amor está em todos os lugares, mesmo nas ocasiões mais inesperadas. Exemplo disso aconteceu no dia de ontem, quando meio amigo Uiliam, o amoroso, parou para lanchar durante sua viagem de volta para casa, após uma estafante jornada de trabalho.
Chegando ao local, uma movimentada casa de lanches, da qual não direi o nome (tampouco direi que fabrica Cucas), Uiliam, o amoroso, pediu um singelo pastel de queijo e um refri ao atendente (eu disse AO atendente, ou seja, era um guri quando nasceu) e este, com muito amor e carinho trouxe o pedido do Uiliam, o amoroso, com uma singela recomendação sussurrada numa voz rouca e sensual ao ouvido deste:
- Cuidado que está quentchiiiii... Se quiser ALGO MAIS, me fala, tá?? Lindo...
Ah!!!! O amor está em todos os lugares mesmo. Inclusive me pareceu ter visto o Cupido pairando por lá.

O estagiário e o peneirão

O estagiário e o peneirão

Dizem que o Marcos Evangelista, quando ainda era Marcos Evangelista, passou por oito peneirões (isso mesmo, oito). Perseverante o Marcos Evangelista.
Peneirão, para os menos entendidos, são aquelas tentativas que os guris ou gurias fazem para serem aceitos em algum time de futebol, seja time profissional ou de várzea, passando por uma espécie de teste futebolístico que dura em torno de 3 minutos, sem virada de campo.
Dizem que para a várzea o teste é inclusive mais difícil, pois exige conhecimento em armas de fogo ou armas brancas.
Neste tempo todo o guri ou a guria tem que mostrar tudo o que sabem sobre o futebol. O básico é dar caneta no adversário (é a janelinha, ou passar a bola entre as pernas do adversário), dar paninho (uma espécie de drible, onde o adversário fica com problemas na cervical e na lombar para o resto da vida), fazer golos, bater escanteio e cabecear na área adversária, e, sobrando um tempinho, tentar atuar de goleiro para chamar a atenção do professor, que no futebol o cara que fica no lado de fora do campo deve respeitosamente ser chamado de professor.
Então, o Marcos Evangelista passou por oito destes. E nos oito, qual foi a resposta que lhe deram?
Não, sinto muito. Você não foi aprovado.
Isso, em outras palavras, quer dizer que acabou a carreira do sujeito no futebol, certo? Errado.
O que fez o Marcos Evangelista, na sua infinita sabedoria infante?
Mudou o nome artístico para CAFU, e foi novamente tentar a sorte no futebol. Novamente reuniu seus equipamentos, que podem ser traduzidos aqui como meião e chuteira, pois o calção era o mesmo que ele ia para a escola todos os dias, e com o qual matava as aulas para jogar bola no terreno baldio ao lado da escola, além da camiseta, que também era a da escola, mas esta ele tirou na hora do teste e foi jogar no time dos sem-camisas.
Para orgulho da nação brasileira e são-paulina, o Marcos Evangelista, agora conhecido como Cafu, foi aceito e passou a fazer parte das categorias de base do São Paulo FC com o qual se sagrou campeão inúmeras vezes, o que lhe rendeu convocações para a Seleção Brasileira, o escrete canarinho, sendo tetracampeão mundial em 1994 e pentacampeão mundial em 2002, na conhecida família Scolari, além de ficar a cargo do Cafu como capitão do selecionado verde-amarelo a tarefa de erguer o troféu, feito com garbo e elegância, subindo em cima da bancada do presidente da FIFA e gritando aos quatro ventos e às milhões de câmeras de TV’s, do mundo inteiro a célebre frase “REGINA, EU TE AMO”. Por este motivo até hoje todas as Reginas que eu conheço se vangloriam, dizendo que o Cafu falou aquilo especialmente para elas.
Enfim, a linda história do outrora Marcos Evangelista, hoje Cafu, nos serve de exemplo, principalmente porque temos em nosso seio, em nosso círculo de amizades um colega, estagiário é bem verdade (e o que seria de nós sem os estagiários para por a culpa dos nossos erros), mas ainda assim um colega, que busca inspiração para participar de mais uma peneira.
Neste momento é que todos, mas todos mesmo, devemos nos unir para passar força ao estagiário Filipe, pensamento positivo, pois a provação que ele irá passar é deveras significativa. Ele vai, apoiado no exemplo do Marcos Evangelista, hoje conhecido como Cafu, tentar novamente a sorte no futebol, num dos testes mais difíceis para qualquer guri que sonha em tornar um jogador de futebol, que é a peneira do Segundinho do União Forquetense, de Caxias do Sul.
É o primeiro passo para quem sabe uma carreira gloriosa como atleta. Um passo que poderá lhe levar para o centro do país, para a Europa, quiçá para a seleção brasileira.
Mas para tanto, aconselho ao estagiário que mude seu nome. Passe a usar um nome artístico, pois se na primeira peneira ele foi rejeitado, agora não o será.
Filipão, passe a usar outro nome. Pode ser um nome pomposo, um apelido, qualquer um... Menos Regina. Senão vou achar que o Cafu falou aquilo em 2002 prá ti.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

H1N1

Campanha de vacinação, um dia você vai participar de uma!

Eu e o André fomos fazer ontem, 13/05, a vacina contra a gripe H1N1, que é aquela da gripe do porco, manja?. Ainda não sei se foi bom negócio, tendo em vista que o Gomes Temporão diz que a gripe comum é mais perigosa, mas vá lá, está feito. Se bem que o Gomes Temporão também disse que devíamos fazer sexo 5 vezes ao dia para combater algumas doenças e bibibi. Mas bem, estou tergiversando.
Enfim, fomos ao posto médico para nos vacinarmos como qualquer mortal. Entramos na fila e tudo. Quando chegou a nossa vez, me aprontei firme e forte, no que a moça, que aliás era muito simpática, dona de belíssimos olhos verdes e seios empinados (não que eu tenha reparado muito) me olhou fundo nos olhos e me disse:
- O senhor deveria ter vindo na semana passada (semana dos idosos)...
Juro que ouvi risinhos de escárnio vindos detrás daquela boca vermelha como a praça da China.
- Óquei beibe, mostrar-lhe-ei minha carteira de identidade e verás que estou no tempo certo... prá tudo entende???
Ponto para o Paulinho...
- O senhor me desculpe, disse ela. A gente acaba se enganando pelas aparências.
Maldita. Ponto prá ela.
Buenas, desfeito o terrível engano cometido por ela, vacinei-me enquanto o André esperava pacientemente a sua vez. Deu-se então que a moça olhou no fundo dos olhos dele e disse:
- O senhor também vai fazer a vacina?
- Antes tenho uma pergunta para lhe fazer. Pode-se beber após a vacina.
- Oh! Sim, claro que pode. Mas porque? O senhor iria deixar de beber se fizesse a vacina?
- Não, respondeu meu amigo André... Deixaria de fazer a vacina...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Se alguém duvidava da alma guerreira do Grêmio, no dia 12 de maio de 2010 foi dada à prova cabal de que essa alma realmente é guerreira.

Eu como gremista experimentado não duvido de nada, mas se alguém duvidava a prova foi dada. Só um time como o Grêmio consegue fazer o que fez no dia 12 de maio de 2010 no Olímpico Monumental.

Não interessa quem são os guerreiros que estão em campo, se Lara, o imortal, ou o jovem Mario Fernandes jogando com os dois ombros lesionados. Como diz o jornalista e narrador Aroldo de Souza (mais de 30 anos de Rádio Guaíba) “eu sempre digo que o Grêmio é o Grêmio, e as pessoas me perguntam: Aroldo, por que você costuma dizer que o Grêmio é o Grêmio?? e então eu respondo: o Grêmio é o Grêmio porque é o Grêmio, ora!!!!”.

Realmente o jogo na Vila não será fácil, continuo achando que o Santos é melhor (e é) e se ganhar, será justo, ganhará o melhor. Mas do outro lado terá o Grêmio, que até poderá fazer uma má jornada, poderá perder. Mas será sempre o Grande e Imortal Grêmio. O Exército de Ferro, eu disse o Exército de Ferro da Azenha.

E isso se deve à nossa maravilhosa torcida, que tem alma castelhana “de marca sinal, fulana de tal de charlas campeiras”. O Grêmio não se entrega, vamos pra uma nova batalha, chamuscado, praticamente sem vantagem, mas se temos alguma vantagem, pequena é verdade, foi conquistada suando sangue, lutando até o último minuto, como se fosse o último da vida.

O Grêmio é enérgico com seus adversários, vende caro seus eventuais insucessos. E quando tudo parece perdido sai da batalha de forma triunfal.

Pra quem não conhecia, prazer, esse é o Grêmio. O Grêmio de Tóquio que conquistou o Mundial. O Grêmio que já reverteu resultados por toda a América para conquistá-la. O Grêmio, que com seu exército ceifado por exclusões de seus soldados, travou uma batalha épica pra conquistar uma dama, que mesmo sendo de segunda, recebeu o valor de um Gigante e ficou na história com um nome de primeira: A Batalha dos Aflitos.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Farroupilha, 05 de maio de 2010.

Cibele, mãe de Juno, foi capaz de entregar a filha para as Hospérides criarem, temendo que Saturno a engolisse novamente ou a matasse pura e simplesmente, que Saturno era desses que engolia os próprios filhos temendo que lhes fizessem o que ele mesmo fez a seu pai, o terrível Céu. Mas enfim, olha o que a Cibele fez: separou-se da filha, segurando sua própria dor, para que a filha não sofresse. Da hora.
Altéia, mãe de Meleagro, foi capaz de tirar uma brasa, ainda em chamas, da lareira que aquentava a ela e seu filho porque uma das Parcas, deusas do destino, disse que a vida deste duraria apenas o tempo da brasa acabar de queimar. Tipo, virou cinza, o guri já era.
Ceres, deusa da fertilidade e da agricultura, foi capaz de ir até o inferno, onde reinava Platão (também conhecido como Hades) para buscar sua filha Prosérpina (ou Perséphone, como queira), enfrentando as piadinhas de Júpiter e Caronte, o barqueiro, além de sentar a porrada no Cérbero, cão de três cabeças guardião das portas do inferno. Veja só, literalmente, Ceres foi capaz de buscar a filha no inferno, para salvá-la. E conseguiu, pelo menos em partes, já que 6 meses a Prosérpina ficava com ela e seis meses ela voltava para o inferno ao lado do marido. Cara, não to dizendo que é um inferno ter um marido manja!, mas que ela vivia com o marido no próprio inferno. Dureza.
Oquéi baby. Dir-lhes-ia que as três poderiam ser consideradas como heroínas. O que de fato, a mim parecem ser. Corta.
Buenas, a minha mãe não me levou para ser criado por nenhuma Hospéride. Tampouco meteu a mão nas brasas da churrasqueira (que se não me engano, ela não tinha lareira). Ou ainda, foi até o inferno para me resgatar. Bom, quase isso, porque uma vez ela me pegou no fliperama enquanto devia estar trabalhando... mas isso não vem ao caso.
O caso é que, mesmo não tendo feito nada disso, ainda assim a considero como uma heroína. Não por ela ser minha mãe e talicoisa, por ter me criado e tudo, que isso ela fez com honrarias e louvores. Mas ela fez um troço mais interessante ainda. Ela nos deu, a mim e meus irmãos, a BARSA. Manja a BARSA, Enciclopédia Britânica? Livros e mais livros, volumes e mais volumes. Talvez ela pudesse ter nos dado uma bicicleta, acho até que era mais barato. Mas ela nos deu cultura. Ela nos ensinou a ter curiosidade por conhecimento, e o conhecimento, nos levou a buscar sempre o melhor, e a ser sempre melhor. E isso não tem preço. E ao ter feito isso, ela passou a merecer também ser chamada de Heroína.
O fato é que nunca a agradecemos por isso, eu acho. Devo ter dito, na época, que aqueles livros eram legais e bibibi, mas não lembro de ter lhe dito OBRIGADO MÃE.
Então hoje Mãe, eu agradeço por isso, e agradeço por tu ser a minha mãe e a minha Heroína da vida real.Te amo.

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