quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

A condenação de Zeca Camargo

Circula a notícia da condenação imposta ao jornalista Zeca Camargo a pagar indenização de 60 mil reais para a família e empresários do cantor Cristiano Araújo, morto vítima de acidente de carro em junho de 2015.

A juíza que julgou o caso, entendeu que Zeca Camargo foi desrespeitoso coma família do cantor ao publicar uma crônica que questionava os excessos de comoção e cobertura da mídia em torno do acidente que vitimou o cantor e sua namorada Allana Coelho.

A família e os empresários alegam que Zeca Camargo teria menosprezado o acontecimento ao questionar o quão ídolo e conhecido seria Cristiano Araújo, ao ponto de todas as emissoras de televisão – inclusive a Globo, onde trabalha – interromperem suas programações para noticiar o fato.

Não sou fã de Zeca Camargo, mas não concordo com a condenação.

É bem verdade que para a família que perde um ente querido, independentemente de ser famoso ou não, o sofrimento é irreparável e de difícil absorção. E nesse sentido, é compreensível que, profundamente machucados, os familiares ficam rigorosamente sensíveis e por certo se sentem agredidos com qualquer manifestação que diminua ou deprecie a figura daquele que partiu.

Daí a pleitear uma indenização porque um formador de opinião questionou os excessos midiáticos em cima do caso, tendo em vista que, de fato, não se tratava de um grande ídolo nacional, me parece exagero, cerceamento da livre manifestação e abertura de um precedente perigoso em tempos de exagerada ênfase ao politicamente correto, em detrimento da liberdade de exposição de pensamento.

É salutar que o Poder Judiciário esteja vigilante e puna atitudes discriminatórias e desrespeitosas sofridas pelas pessoas em todas as escalas. Mas vamos um pouco mais devagar. Está ficando demais. 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O Julgamento de Lula - Opinião

Hoje ocorre no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, um dos maiores julgamentos da história do Judiciário brasileiro. 

Enquanto a defesa de Lula pede a absolvição alegando a falta de provas, o Ministério Público busca a confirmar a condenação de primeira instância, inclusive com aumento da pena.

Há até questionamentos sobre a celeridade do Poder Judiciário no julgamento do caso, vejam a que ponto chegamos.

O clima é de tensão em Porto Alegre. Ruas estão bloqueadas. Movimentos de ambos os lados se mobilizam, cada um do seu jeito e com as suas convicções políticas.

O resultado já é líquido e certo: a condenação de Lula. Basta saber se a pena será apenas mantida ou aumentada. Acho que aumenta.

Particularmente, acho que a decisão que irá confirmar ou aumentar a condenação pouco importa, ainda que no seu entorno haja uma grande simbologia.


A decisão condenatória que será prolatada, sem adentrar no mérito da robustez ou não das provas, virá dizer aos brasileiros que o Brasil está mudando. E se for verdade a afirmação de Lula que ele é o “ser humano mais honesto do mundo”, que então essa “condenação injusta”, sirva para mostrar que não basta ser honesto, tem que parecer honesto. E Lula não parece. 

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Algemaram o Sérgio Cabral. E daí?

A discussão é sobre o procedimento da Polícia Federal ao algemar e acorrentar o presidiário Sérgio Cabral quando da remoção do elemento de uma cadeia para outra.
Com todo respeito à imprensa que noticia o fato, entendo que isso não tem a menor importância, independente de uma Súmula do STF regulamentar o uso de algemas.
O procedimento da Polícia Federal me pareceu perfeito, pois se trata de um réu preso de alta periculosidade, que poderia tentar fuga e colocar vidas em risco durante a operação.
Ou alguém ousa dizer que o Sérgio Cabral não é um bandido perigoso?
Se um bandido que mata uma pessoa pode ser considerado perigoso, aquele que mata centenas nas filas dos hospitais, para citar apenas um exemplo, é menos ou mais bandido que o outro?
Onde está a maior ou a menor violência?
O que muda é o método de matar e o tamanho estrago feito, diga-se de passagem, imensamente maior no caso dos crimes praticados por Cabral. Mas não a violência!
Diz a defesa do réu condenado que a atitude foi “animalesca”. Talvez, mas não mais animalesca do que a maldade praticada por esse delinquente com o povo.
Então, diletos leitores, concordo plenamente com a Polícia Federal ao algemar e acorrentar um bandido durante uma operação determinada pela Justiça.
Não se trata do “olho por olho, dente por dente”. Definitivamente, não, pois nem de longe a suposta exposição do réu foi mais grave do que a exposição que ele causou ao povo ao roubar cifras inimagináveis.

E se a Justiça determinar seu retorno ao SPA do Rio de Janeiro, com presunto de Parma, TV 65 polegadas, entre outras regalias, que ao menos seja algemado e acorrentado. Como deve ser tratado um bandido perigoso.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

O texto do Paulinho e os Smartphones

Dias atrás o Paulinho publicou esse texto aqui no blog. Como lhe é peculiar, fez uma abordagem inteligente e reflexiva, para ao final tecer sua crítica às chamadas Fake News, as falsas notícias que são publicadas, reproduzidas e compartilhadas nas redes sociais até o ponto de parecem verdadeiras.
O texto é simplesmente fantástico, se não acredita, CLIQUE AQUI.
E tem algo nesse texto que chamou demais a minha atenção. É quando ele diz: “interpretação de texto parece em falta no mercado”.
Sábias palavras!!
E iria além: interpretação de texto não parece em falta no mercado; ESTÁ em falta no mercado.
É aterrorizante observar o comportamento humano nas redes sociais. E mais aterrorizante ainda é observar o comportamento físico das pessoas com seus inseparáveis telefones celulares.
Para onde quer que se olhe, nas paradas de ônibus, nos restaurantes, no shopping, na fila do supermercado, enfim, em qualquer lugar que seja, lá estão as pessoas vidradas em seus Smartphones.
E fazendo o quê? Lendo esse texto é que não!!
Estão nas redes sociais “lendo” e multiplicando merd, digo, “conteúdo” de todo gênero. E pior: sem saber se é falso ou não, sem analisar se aquilo é relevante ou não.
Interpretar, como falou o Paulinho, nem de longe passa pela cabeça dos corcundas do Smartphone, afinal, interpretar é coisa do passado. Vivemos a era do compartilhamento, seja lá do que for.

Mas há algo de bom nisso tudo, sempre há: como ninguém lê nada direito, nem interpreta nada, por mais idiota que seja o “conteúdo” compartilhado, ele ficará só pulando de macaco em macaco, digo, de Smartphone em Smartphone, apenas criando confusão para quem não lê e sai compartilhando “coisas”. (sinônimo de coisas é isso mesmo que você está pensando).

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