O Imperador Romano Júlio Cesar,
cujo nome dá origem ao mês de julho, já viúvo da Cornélia que fora sua primeira
esposa, casou-se com Pompeia Sula, ou apenas Pompeia para os íntimos. Essa Pompeia
não é a da Loja, manja... essa é de antes de Cristo. Pois então, Cesar casou-se
com a Pompéia láaaaaa nos anos de 67 ou 66 a.c., ou seja, há muito tempo. As
bodas aconteceram antes que Cesar virasse Imperador Romano, pelos idos de 49
a.c. Mas bem, estou tergiversando.
Pompeia, como sói acontecer com
os antigos romanos, gostava duma orgiazinha e resolveu criar um festival
em homenagem a Boa Deusa (ou Bona Deusa, para os puristas), festival esse que
não permitia que nenhum homem participasse. Mas, como também sói acontecer com
romanos, havia um traidor dos costumes chamado Públio Clódio, que descumpriu as
ordens de Pompeia e infiltrou-se disfarçado de mulher, com o claro e
manifesto objetivo de regalar-se à farta com a anfitriã Pompeia. Mas qual o
quê... foi pego no pulo. Assim que descoberto, foi levado à Cesar para ser
processado.
O Públio, contando com ótimos
defensores públicos (Rá), foi inocentado dos crimes, mas Cesar acabou
divorciando-se de Pompeia, bradando de forma veemente:
- À mulher de Cesar não
basta ser honesta. Tem que PARECER honesta!
Ou seja, o mais alto nome
romano, sumo-sacerdote da religião estatal romana, divorciou-se de sua mulher
porque ela estava
sob suspeita. Tipo, a mulher não se refestelou com o
invasor chafurdando na lama sexual da orgia.
Pompeia inclusive acusou Públio
e mandou prendê-lo pelo assédio. Mas Cesar, o grande Cesar, não aceitou que
sua esposa estivesse implicada em um caso tão sórdido. Corta!
Brasil, ano 2020. Política,
politicagem, polícia.
Uma família no poder, um
homem de primeira instância e voz fina infiltrado, mensagem enigmáticas ou
nem tanto trocadas em um aplicativo de mensagens, um diretor de polícia
demitido, ministros do Supremo Tribunal advogando em causa própria. E a
história se repete.
A família no poder tem contra
si inúmeras acusações de participações em cousas escusas e na ânsia de
contar com o apoio popular, o grão-mestre da família (que por coincidência é a
mais alta patente da nação) traz para seu exército de asseclas um virtuoso juiz
de primeira instância, coroado por ter colocado atrás das grades boa parte de uma
quadrilha que assolava os cofres públicos, liderada por um Ali Babá bebum e 40
ladrões de estrelas vermelhas.
Pois bem, tal juiz acompanhou o
grão-mestre durante período igual à gestação de uma morsa, e durante esse
período adulou, bajulou, adjetivou e porque não dizer, puxa-sacou o grão-mestre,
mantendo-se fiel até que lhe fosse conveniente. Mas tal como Brutos, o juiz
de voz fina apunhalou o grão-mestre com facadas certeiras de whatsapp,
vindo a público pedir sua exoneração do cargo que ocupava, deixando que a
balança da justiça ficasse bamba.
E para surpresa geral, o juiz
de voz fina guardou as mensagens que trocava com o grão-mestre, assim como
Domitila de Castro guardou as cartas de Pedro I para jogar na cara de
Leopoldina do Brasil as traições de seu amado. O grão-mestre traiu o povo??? Por
qual motivo o ídolo das massas de manobra agiria com tal sordidez?????
Corre à boca pequena, que tal
traição do grão-mestre se deu por razões de família, àquela que está no poder,
com representantes em todas as casas políticas da capital da nação. O juiz de
voz fina acusa o grão-mestre de interferência política no seu trabalho, a fim
de livrar as fuças do filho 02 das ameaças da lei (ou filho 01, até mesmo o 03
- só não é o 04 porque esse está sem
tempo devido as suas aventuras sexuais no condomínio).
Diz o grão-mestre que não, que
tudo não passa de mal-entendidos e que suas crias numeradas são tão puras
quanto as virgens amazonas da Sarmácia.
Porém, como diria Cesar numa versão
atualizada:
- À família do grão-mestre
não basta ser honesta, tem que parecer honesta!
Ao fim, e ao cabo, tudo se
torna politicagem e caso de polícia no país do futuro.
Por hora, um futuro sombrio!