sábado, 16 de outubro de 2010

A saga de Livramento – o retorno! Cap. II

Bom, todos nós imaginávamos que mais adiante haveria alguma guriazinha bonita nos pedágios. Aí, era até de pagar sem discutir o preço. Mas não aconteceu. Cada parada era uma mais feia que a outra. G-zuz. No fim, os sacripantas te exploram duas vezes, uma no preço e outra nas gurias que cobram. Poderiam colocar uma bonitinha de vez em quando, prá tu pagar o pedágio com gosto. Mas, que horror, eram feias, feias, feias!

Mas, nesta longa estrada da vida, vamos correndo e não podemos parar. E assim seguimos adiante, cantando, contando histórias, tirando fotos, filmando e fazendo joguinhos para nos entreter.

- Cantem uma música que tenha... paralelepípedo...


- Vai passar nesta avenida um samba po-pu-lar, cada paralelepípedo da velha cidade esta noite vaiiiii se arrepiar...

- Boa... esse Chico Buarque é um poeta mesmo. Como diz o Dezã, tem gente que passa a vida inteira colocando paralelepípedo na rua e vive na pobreza. O Chico colocou um só, no meio de uma música, e é considerado um gênio, e deve estar rico.

Aqui um parêntese: mas como é ruim escrever paralelepípedo... tentem em casa prá ver. Fecha parêntese.

- Agora cantem uma que tenha travesseiro...

- Hum, travesseiro? Maestro Zézinho, quantas notas?

- Cara, com travesseiro... não lembro!

- Báh, travesseiro?

- Sim, e o cara canta rimando com “desespeiro”...

- Deixa quieto, daqui a pouco lembramos...

E assim seguimos, pela estrada afora. Tentando lembrar a música do travesseiro e nada. Em torno de 10h chegamos a Cachoeira do Sul e paramos no restaurante do Papagaio para esticar as canelas novamente. Nesta parada fizemos a primeira troca de motora... Saio eu e assume o Playmobil.

- Lembrei: e ao dormir, sozinha estiver em seus lençóis, abrace o TRAVESSEIRO e pense em nós...

- Boa... eu sabia que tinha. Mas não é esta que rima com “desespeiro”...

- Que seja.

Bom, descansamos, esticamos as canelas, tomamos água, fomos ao banheiro, afivelamos o cinto e de novo prá estrada. O Playmobil no comando da nave e os demais cantando alegremente e apreciando a paisagem.

Daí o Dezã e o BÓ começaram a falar uns troços estranhos, e juro, eles não tinham tomado nada, só água mineral e sem gás...

- Dezã, essa paisagem lembra aquele lance de cosmovisão, tá ligado? Macro-cosmos, micro-cosmos...

- Aham, antropologia! O troço é bala... se tu reparar, ao fundo enxerga-se a curvatura do mundo. E dizer que o Galileu quase foi queimado por que disse que a terra era redonda. Olha aí, tudo comprovado.

Neste momento, o Playmobil com toda a sua sabedoria de um jovem de 23 anos lascou:

- Que Mané cosmovisão? Só to vendo boi e mato, boi e mato...

Às vezes a juventude é inconveniente. Mas, verdadeiramente, eu também só enxergava boi e mato. Mas deixa os caras discutirem cosmovisão.

Neste ponto da estrada, reparei uma coisa interessante. As coisas não estão muito boas lá para os lados da fronteira oeste.

Porque será que as coisas não estão boas por lá?


Não perca amanhã o próximo capítulo da emocionante e intrigante história: A saga de Livramento – o retorno!

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