quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Celebrar Eros, Thanatos, Perséphone e Hades!!!

Existe um contrassenso quando se fala de Cérbero, o guardião do Tártaro, reino de Hades.
Cérbero é o famoso cão de três cabeças que ficava na porta do Tártaro, e esse Hades, você sabe, é o irmão de Zeus que é relegado a segundo plano e que reina no mundo dos mortos. Você já deve ter ouvido falar dele através da Legião Urbana na música Perfeição (vamos celebrar Eros e Thanatos, Perséphone e Hades). Ligou o nome a pessoa?? Óquei, seguimos.
Então, todos imaginam que Cérbero não deixava as pessoas entraram no Tártaro, manja???? Mas é justamente o contrário. Para entrar, era barbada, tu podia até passar a mão nas cabeças do bichinho (são três, lembra?) que ele era capaz até de abanar o rabo.
Na verdade, Cérbero guardava era a saída do mundo dos mortos.
Ou seja, só sendo muito Pelé, tipo o Orfeu, para enganar o bicho e sair de lá, pois quando o grego desavisado chegava perto da saída, o bicho lhe esmagava e mastigava e babava todo, sempre zunindo fogo pelas ventas. Brabeza, mén! Lembra uns que outros chefes que vejo por aí. Mas bem, estou tergiversando.
O fato é que quando penso nessa história da tragédia de Santa Maria e todo o seu desenrolar, lembro da história do Cérbero, e de que foi fácil entrar na boate Kiss, ela afagou os entrantes com bebida, diversão e show. Mas tal qual como no Tártaro, sair da boate foi um pesadelo, um desespero, pois invisivelmente Cérbero estava guardando a porta, e Thanatos soprando a fumaça.
Não estou aqui condenando, julgando ou qualquer coisa do tipo o que aconteceu, nem tentando buscar culpados por esta ou aquela situação. Só estou divagando sobre a história de Santa Maria, a da “Boca do Monte”, porque a situação que se encontrava na boate Kiss é a mesma situação que encontramos em diversas casas noturnas e bares por aí. Locais pequenos, entulhados de gente, sem segurança, sem saídas de emergência. Ou seja, a porta do Tártaro.
Você também conhece muitas que são assim, e nem precisa forçar a memória para lembrar.
E aí, depois da tempestade, chegam as passeatas, as reportagens especiais, os dias de luto oficiais, os fechamentos de casas noturnas que não estão enquadradas a legislação... essa balela toda, que sói acontecer depois de tragédias.
Espero que um dia ainda consigamos prevenir alguma coisa nesse país de Copa do Mundo e Olímpíadas. Chegou a hora de pararmos com a história de que o Brasil é o país do futuro e começarmos a trabalhar por um Brasil, o país do AGORA.
Ou continuar a celebrar Eros e Thanatos, Perséphone e Hades, e celebrar nossa riqueza, e celebrar nossa vaidade.

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