segunda-feira, 28 de junho de 2010

Maicon e Pã... alguma coisa em comum

Conta-se a boca pequena, que certa feita surgiu uma ninfa escultural, meio que uma Malu Mader das fábulas mitológicas, de nome Sirinx. Antes que algum gaiato diga que Sirinx parece nome de remédio, Maria parece nome de bolacha e ninguém tira onda!.
Mas bem, conta-se que a bela Sirinx jurou que nunca!, jamais!, em tempo algum!, iria repoltrear-se com algum varão, passando noites em orgias ou ainda mansamente conhecer alguém no sentido bíblico, entende?. Prometeu ela que para todo o sempre sua vida seria dedicada a Diana, deusa das matas e caças e protetora da, vejam só, virgindade. Agora vê se tem fundamento!. Aí tem coisa. Mas a mitologia não se aprofunda nesse negócio.
Ah!, mas a vida... a vida é como o futebol... uma caixinha de surpresas!.
Eis que um belo dia o deus Pã - outro com nome engraçado – passeava pelo bosque com seus ágeis pés de bode, quando avistou a bela Sirinx que por ali também passeava e ficou perdidamente apaixonado, se largando com tudo atrás de ninfa, que fugiu a toda por entre as árvores, mas não conseguiu escapar do seu perseguidor. Pã agarrou-a pela cintura, olhou no fundo dos seus olhos e quando ia tirar uma casquinha, Sirinx pediu ajuda para suas amigas ninfas, que imediatamente lhe libertaram, deixando nas mãos do Pã um feixe de juncos. Pã, desconsolado e humilhado em sua masculinidade, ou bodelinidade visto que ele é meio bode e meio homem, suspirou e o ar de seu suspiro passou por entre os juncos, criando um som belíssimo. Foi então que o sátiro e criativo Pã amarrou alguns juncos de tamanhos desiguais, criando a famosa “flauta de Pã”.
Bom, meu amigo Maicon, também conhecido como Playmobil, é apaixonado por motos e as motocas são como ninfas para o garoto. Mas uma em especial é a mais bela dentre todas, como se fosse a Sirinx das motos: a moto de trilha.
Buenas, o fato é que o Playmobil comprou uma “motinho” prá fazer trilha.
Manja trilha, andar de moto no meio do mato, atravessando rios e lama e o que mais vier pela frente? Pois foi, o Playmobil resolveu de fazer isso. Trilha. Ele e sua bela Sirinx de duas rodas. Que côsa.
Só que não contente em fazer a dita trilha, ele tem que se aparecer na rua onde mora, andando sem o cano da moto, andando numa roda só, fazendo asneiras em duas rodas. Tipo a bolachinha mais recheada do pacote dos trilheiros.
Mas, como a vida é uma caixinha de surpresas, num belo dia, saía o Playmobil para mais uma de suas aventuras matagais, quando antes de qualquer coisa foi se aparecer prá vizinhança. Tal qual uma vingança das ninfas, na terceira ou quarta vez que ele subia a rua com a moto empinada numa roda só, a sua bela Sirinx de duas rodas se rebelou e atirou o Playmobil aos ares.
Antes mesmo de ele fazer pã, no chão, a vizinhança já estava rindo.
Conta-se nos círculos sociais do bairro que tinha vizinho acendendo vela para pagar promessa, mas acho que isso é maldade da turma.
Agora, nos dias em que vai sair de motinho, o jovem Playmobil ouve um som deveras insinuante, assim como a flauta do Pã pés de bode: a risada da vizinhança lembrando o dia em que ele se esborrachou no chão.
Só falta agora ele amarrar uns quatro canos de moto e sair soprando por aí. Mas acho que o som não vai ficar legal.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Copa estranha!!!

Nesta copa de 2010 tivemos algumas participações que foram desastrosas, mas duas nos chamam a atenção, minha e do Dezã:
A primeira é a República Popular “Democrática” da Coréia, que fez o que podia fazer. Limitada pela ineficiência futebolística, pode ser comparada no melhor seu momento ao Tabajara Futebol Clube, ou seja, sofrível. Não deveriam ter participado nem mesmo das eliminatórias. Mas esforçados são, esses norte-coreanos.
A idéia de competir é que em dado momento vamos nos confrontar com alguém, correndo o risco de ganhar, perder ou empatar (caso específico do futebol). Penso eu, e espero contar com o apoio do Dezã, que a República Popular “Democrática” da Coréia deve abrir o olho quando se meter de pato a ganso, em torneios intercontinentais (pegaram o “abrir o olho”, coreanos, etcetcetc).
Mas a notícia mais estarrecedora, ouvida pelo Dezã de raspão, foi que o Supremo-Ditador-Imperador-Presidente-Baixinho-de-olho-puxado da República Popular “Democrática” da Coréia fala em banir os jogadores do selecionado norte-coreano do futebol, relegando-os aos trabalhos forçados nas minas de carvão. Mó zica isso... Se for verdade a notícia, então que fiquem devidamente isolados lá pela República Popular “Democrática” da Coréia, sem perturbar a quem tem um pouco ao menos de Liberdade.
E aí, falando em liberdade, chegamos à França, a outra seleção que nos chamou a atenção.
Ah!!, a França...
Champs-Élysèes, Paris, Torre Eiffel, Croissant, Louvre, Celine Dion (ah! Não), Carla Bruni (ah! sim), Audrey Tatou (Benzadeus)... Enfim, a França livre, democrática, desenvolvida, rica, influente e... Mas o que é isso??? França, minha filha, o que tá pegando???
A França foi a antítese da República Popular “Democrática” da Coréia.Tiveram liberdade, democracia, jogadores ricos e famosos.. Tinham tudo, em demasia...
A ponto de relegar valores humanos de convivência que independem da posição que se ocupa em qualquer que seja o cenário. Deu no que deu... Uma vergonha para uma nação inteira, protagonizada por 23 homens que não souberam respeitar os milhões de torcedores que confiavam neles. Como diz o Dezã, a França entrou na copa pela porta dos fundos, e saiu pela porta dos fundos.
A grande diferença é que seus jogadores continuarão livres e milionários, sem precisar se enturmar com o bas-fond das minas de carvão.


Paulinho e Dezã

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Uma receita de Camarão

2 kg de camarão limpo e descascado;
2 abacaxis pequenos
Uma cebola média
1 dente de alho
3 Colheres azeite de oliva
2 colheres de margarina
4 conchas de conhaque
Pimenta e sal a gosto
Uma lata de creme de leite
Queijo ralado
Batata palha.

Modo de fazer:

Flambar o conhaque na concha antes de adicionar na panela, ir acrescentando aos poucos, de forma que flambe parte na concha e parte juntamente com a fritura.

Fritar o camarão com o azeite e a margarina, cebola e alho, depois que estiver frito, adicionar sal e pimenta a gosto acrescentando o conhaque aos poucos.

Cortar o abacaxi em cubos e deixar escorrer o suco, até que fique bem sequinho. Acrescentar o abacaxi na panela e cozinhar por 15 minutos.

Desligar o fogo, acrescentar o creme de leite.

Despejar tudo em um refratário e cobrir com queijo ralado e batata palha.

Levar ao forno até gratinar.

Servir com alface americana e arroz.

Harmonizar com vinho branco Castelamare Chardonay

Sugestão de Arroz

4 xícaras de arroz, sendo para cada xícara de arroz, 1 1/5 de água, e aproximadamente meia xícara de leite de coco, azeite e sal a gosto.
Aprenda a fazer o legítimo molho bolonhesa


• Confira a receita do legítimo molho bolonhesa, registrada na Câmara de Comércio da cidade de Bolonha, na Itália.

Ingredientes:
300g de cartella de boi (carne moída)
150g de pancetta (bacon)
50g de cenoura
50g de aipo
50g de cebola
5 colheres de sopa de molho puro de tomate
1/2 copo de vinho branco
200ml de leite integral
Sal e pimenta-do-reino

Modo de preparo:
Coloque a pancetta picada em uma frigideira, deixando cozinhar na própria gordura. Pique a cenoura, o aipo e a cebola e junte com a pancetta, refogando lentamente. Acrescente a carne e mexa até começar a fritar. Junte o vinho e o tomate, deixando ferver durante duas horas. Nesse período, vá acrescentando, aos poucos, o leite, o sal e a pimenta.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Frases ouvidas antes da morte

"Pode ficar tranquilo queridão, você vai de carona com o Maicon, é bem tranquilinho"

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Comentários da Cozinha... que da Copa tem muitos!

O Brasil estreou na copa neste dia 15/06 contra a República Popular “Democrática” da Coréia, 105º lugar no ranking da FIFA e ganhou de 2 a 1. Me perdoem os defensores do Soneca, digo, Dunga, mas num jogo entre o 1º do ranking da FIFA contra o 105º do ranking da FIFA, o placar mínimo aceitável pelo bom senso seria uns 5 a zero para o Brasil. A República Popular “Democrática” da Coréia não deveria ter passado do meio campo.
Pior do que isso foi ouvir o Zangado, digo, Dunga, falar que foi uma estréia convincente.

Bota ponta Telê...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A saga de Livramento – Final

Bueno, após terem acordado, as duas donzelas voltaram a dormir. Tivemos que abalroar novamente a porta de ambos os quartos, para que eles finalmente levantassem. Uma vergonha. E a tiazinha esperando com o leitinho quentinho e o coador.
No fim das contas, prá quem ia sair as 7 horas da manhã, conseguimos sair depois das 9 horas, com visíveis sinais de ressaca nos quatro hóspedes.
Mas antes de pegarmos a estrada, resolvemos que precisávamos comprar ainda algumas coisinhas. Nos dirigimos novamente ao país vizinho, e adentramos em uma loja de alimentos para comprar queijo, mostarda, “dulce de lecce” e azeite de Oliva. O BÓ ainda queria comprar mais algumas coisas, mas nossa cota já estava mais do que ultrapassada.
Enfim, finalizamos as comprar e nos mandamos para a estrada. O combinado era que na volta dividiríamos a direção, para ninguém ficar no sufoco, até porque todos estavam ainda sofrendo dos efeitos etílicos.
Paramos para abastecer e o Gustavo, que vinha sentado no banco de trás, com a cabeça encostada no vidro, começou a passar mal. O cheiro da gasolina estava muito forte, e a ressaca, mais forte ainda. Quase que se vai “o gato com as tripas”. Mas ele agüentou a pressão.
O Dezã, por exemplo, com medo de ter ultrapassado a cota, vinha envergando uma belíssima jaqueta de couro uruguaio, bastante distinta, não fosse o caso de estar 40º à sombra.
Os melhorzinhos, que éramos eu e o BÓ, é que vínhamos nos revezando no volante. No primeiro trecho, eu dirigi, depois ele, depois eu, depois ele e depois eu. O Dezã foi parceiro, e resolveu nos ajudar nessa empreitada, dirigindo uns 100km (andamos quase 800km, mas já ajudou).
Lá pelas tantas, o Gustavo acordou e viu que estávamos perto de um lugar onde se vendia peles de jaguatirica.
- Pára, pára, pára... olha lá, vamos perguntar o preço das peles de jaguatirica...
Paramos. Descemos. Perguntamos.
- Pele de jaguatirica? Não, não temos. Estas aí são de gado mesmo...
Pelo menos o tiozinho foi gentil e nos levou para conhecer a tecelagem dos palas novos. Sabe pala? Já escutou a música do Noel Guarany “uma vez fui na cidade, na maldita perdição, lá perdi meu pala velho que me doeu no coração...” ??? Nunca escutou??? Então vai procurar no youtube...
Tiramos umas fotos, que a máquina estava a postos desta vez, e voltamos prá estrada.
Até hoje nenhum de nós sabe como é a dita pele de jaguatirica. Mas a toda hora lembramos a viagem com saudade da ressaca.
Uma hora dessas, ainda vamos de novo.
A saga de Livramento - Cap. V

Bom, dito este pequeno detalhe da condição da gostosa, um tanto incômodo para alguns, nem tanto para outros, eis que a resposta do Quiz foi um sonoro “NEM PENSAR”!
Bueno, não devemos mesmo nos sujeitar a tudo que as mulheres nos pedem...
Após o jantar e o quiz, resolvemos dar uma volteada pelo município, para conhecer lugares novos, de preferência povoados de mulheres bonitas que porventura quisessem um intercurso com jovens promissores, de boa família, e principalmente, forasteiros. Como no velho oeste, manja?. Forasteiros em busca de bebidas, mulheres e duelos. Só não queríamos os duelos, o resto, tava valendo.
Resultado da busca? Não posso contar por envolver outras partes, mas não deu muito lucro. Que zica. Lá pelas tantas, resolvemos que aquilo não podia acabar assim. E fomos visitar um lugar onde as moças fumam, bebem e dormem tarde. Sem resultados satisfatórios também. Uma pena, pois as moças eram muito hospitaleiras... De alegria mesmo somente um duplo twist carpado do Gustavo na saída. Segundo ele, não foi um tombo, e sim uma imitação da Daiane dos Santos. Vai saber.
Voltamos para o Hotel e acabamos com o resto do Chivas, já tomando conta da casa, pois íamos direto na cozinha para pegar gelo, enquanto a tiazinha do hotel dormia o sono dos justos. Lá pelas 3 horas da madrugada resolveu-se que era hora de dormir, pois no outro dia sairíamos às 7 horas da manhã rumo a serra gaúcha. Complicado. Mas...
Sete horas da manhã eu e o BÓ estávamos de pé, prontos para a jornada. E cadê os outros dois???
- E aí BÓ, cadê o Dezã e o Gustavo?
- Sei lá... vamos acordá-los.
- Ei cambada!!!! Tá na hora... Vambora...
Que vambora o quê! Ouvimos impropérios vindos dos dois quartos, seguidos de resmungos e insinuações sobre a castidade de nossas genitoras. Mas insistimos até que Batman e Robin resolveram acordar.
Enquanto os mesmos se banhavam, não juntos que fique bem entendido, eu e o BÓ fomos tomar nosso café da manhã.
Cara!, a tiazinha do Hotel vinha com leite e com um coador para não derramar aquela natinha que fica no leite fervido, saca??? Um amor de pessoa... ela foi inclusive comprar mais pãozinho quentinho prá nós. Um dia ainda vamos visitá-la novamente.
E nada da dupla dinâmica descer.

O que teria acontecido?
Não perca, em mais um capítulo efervescente de A saga de Livramento...

terça-feira, 8 de junho de 2010

O Grêmio é o Grêmio porque é o Grêmio

Não sei o que aconteceu, esse era um texto bem legal sobre aquela vitória apoteótica do Grêmio contra o Santos na primeira partida das semifinais da Copa do Brasil. O texto era bala, mas fui mexer nele e acabou desaparecendo. Paciência, quem leu, leu, quem não leu não lê mais. Já era. Escafedeu-se. Sumiu!!!
Dezã
A saga de Livramento – Cap. IV


Bom, refeitos do susto, pois não passou de alarme falso a fumaceira no quarto do Gustavo, decidimos que era hora de alimentarmos o corpo, e porque não dizer, também hidratá-lo com geladíssimas cervejas em algum lugar da cidade.
Procura daqui, procura de lá, encontramos uma pizzaria bem legal. Certo, queríamos provar a culinária fronteiriça, mas dado as circunstâncias etílicas, abortamos a “Missão Paeja” e nos contentamos com pizza mesmo. Chegando a pizzaria, adivinha quem estava jantando por lá???? Sim, caro leitor. A Marli.
Quando avistamos a criatura sentada numa mesa, abocanhando suculentos pedaços de calabresa e muzzarela, desistimos daquela pizzaria e partimos para outra. Anda e anda e anda e anda, e anda mais um bocado, e enfim acabamos por encontrar uma pizzaria legal, boa pizza, cerveja gelada e o melhor de tudo, sem a Marli.
Após nos deliciarmos com uma pizza deveras interessante, nos sentamos na parte externa da pizzaria para olharmos o movimento (nenhum, por sinal) e jogar conversa fora. Eis que surge então o Quiz Livramento, um jogo de perguntas e respostas deveras interessante, mas que acabava sempre com a mesma resposta:
- Gu, quiz: Pensa numa gostosa...
- Tá, pensei...
- Imagina essa gostosa, ela chega no teu ouvido e diz “quero copular contigo, manter um intercurso consentido, quero que tu me pegue no colo, me deite no solo e me faça mulher”...
- Certa a resposta, só se for agora...
- Mas tem uma condição, diz a gostosa... Tens que deixar rolar um fio-terra...

Oh!duvida cruel... qual será a resposta do nosso intrépido viajante???
Não perca no próximo capítulo a resposta desta inquietante, resfolegante, inebriante questão em A saga de Livramento...
A saga de Livramento – Cap. III

Bom, com imensa simpatia olhamos para a oferta do Dezã, mas eis que nos surge a questão: Mas que hotel? Nós não prevíamos a demora de mais do que um dia na cidade. Pelas barbas do profeta, Batman. Não temos hotel para ficar.
Mas nos momentos difíceis é que surge a luz!
- Liga pro Eduardo, ele deve saber de algum hotelzinho barato e talicoisa.
- É verdade... vamos ligar.
De fato, nosso amigo Eduardo, que é morador da cidade, soube nos dizer onde encontraríamos um hotel bom e barato para pernoitarmos. E assim, após comprarmos o que queríamos nos dirigimos ao hotel.
Quando chegamos lá, surpresa!. Era meio que uma pensão, manja? Adentramos e quando nos demos conta estávamos no meio de uma cozinha.
Estranho. Do tipo muito estranho mesmo.
- Não deve ser aqui, turma!
- É, não tem cara de ser hotel. Erramos a porta. Vamos sair.
- Acho que erramos a rua...
- Não, a rua é esta mesmo. Deve ser a porta ao lado.
Nisso, uma senhorinha deveras simpática apareceu:
- Pois não, meus filhos?
- Hã, ehr... aqui é o hotel?
- Sim, é aqui mesmo. Vocês querem um quarto? Só coloquem o nome na lista de hóspedes ali na mesinha.
Encontramos a mesinha e a lista de hóspedes num canto da cozinha, bem ao lado da estante com a TV. O Dezã ia preencher até o e-mail, quando vimos o nome do único hóspede do hotel: ÍNDIO. Resolvemos colocar apenas o primeiro nome.
Acomodamo-nos em nossos devidos quartos e nos reunimos no quarto do Gustavo para libar o litrão. Foi-se meio litro na empreitada.
Após esse primeiro contato com o Chivas resolvemos nos banhar (cada um no seu devido quarto!, antes que novamente algum gaiato pense obscenidades) e procurar algum lugar para nos deleitarmos com a culinária fronteiriça. Porém antes de sairmos, o Gustavo resolveu fechar janelas e porta do seu quarto e ligou o chuveiro na temperatura “inferno”, o que provocou uma fumaceira sem tamanho no quarto. Saiu ele desesperado achando que tinha colocado fogo no troço. Uma algazarra. Foram os primeiros sinais de que a nossa conversa com o Chivas foi um tanto quanto pesada.

E agora, o que acontecerá com nossos alcoolizados viajantes?
Não perca o próximo capítulo da esfumaçante história: A saga de Livramento...

Nossos filhos

Recebi um texto da minha mulher, que reflete muito aquilo que sentimos sobre nossos filhos. No nosso caso, sobre nossa filha... Divirtam-se!

Como Nossos Filhos (Affonso Romano de Sant'Anna)

Há um período em que os pais vão ficando órfãos
de seus próprios filhos.

É que as crianças crescem independentes de nós,
como árvores tagarelas e pássaros estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida.
Crescem com uma estridência alegre e, às vezes,
com alardeada arrogância.

Mas não crescem todos os dias,
de maneira igual, crescem de repente.
Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase
com tal maturidade que você sente que não pode mais
trocar as fraldas daquela criatura.

Onde é que andou crescendo aquela danadinha
que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na areia,
as festinhas de aniversários com palhaços
e o primeiro uniforme do maternal?

A criança esta crescendo num ritual de obediência
orgânica e desobediência civil.
E você está agora ali, na porta da festa do amigo dela,
esperando que ela não apenas cresça, mas apareça !
Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam
esfuziantes sobre patins e cabelos longos, soltos.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas,
lá estão nossos filhos com o uniforme de sua geração:
incomodas mochilas da moda nos ombros.

Ali estamos nós com os cabelos esbranquiçados.
Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar,
apesar dos golpes dos ventos,
das colheitas, das notícias e da ditadura das horas.

E eles crescem meio amestrados, observando e
aprendendo com nossos acertos e erros.
Principalmente com os erros que esperamos que não repitam.

Há um período em que os pais vão ficando
um pouco órfãos dos próprios filhos.
Não mais os pegaremos nas portas das festas.
Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do futebol.
Saíram do banco de trás e passaram para os
volantes de suas próprias vidas.
Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer
para ouvirmos suas almas respirando conversas
e confidências entre os lençóis da infância,
e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos,
posters, agendas coloridas e CDs ensurdecedores.

Não os levamos suficientemente ao Playcenter ou Hopi Hari, ao shopping,
não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas,
nãos lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.

No princípio subiam a serra ou iam a casa de praia entre embrulhos, bolachas,
engarrafamentos, natais, páscoas, piscina e amiguinhos.
Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela,
os pedidos de chicletes e cantorias sem fim.
Depois chegou o tempo em que viajar com os pais
começou a ser um esforço, um sofrimento,
pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos.

Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente,
morriam de saudades daquelas "pestes".
Chega um momento que nos resta ficar de longe
torcendo e 'orando' muito (nessa hora, se a gente tinha desaprendido, reaprende a 'orar')
para que eles acertem nas escolhas em busca de felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível.

O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado,
não exercido nos próprios filhos, são afetos que não podem morrer conosco.
Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho.

Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais,
antes que eles cresçam.

(Affonso Romano de Sant'Anna - colunista de cultura do jornal o Globo).

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A saga de Livramento – Cap. II

Bom, a tal assadura foi deveras lamentável, principalmente pelo incômodo causado para o viajante X, que já não encontrava posições para sentar-se sem causar um desconforto na... no... enfim!. Um desconforto para sentar, é suficiente que se saiba. Mas antes que algum gaiato venha a ter idéias maliciosas, cabe ressaltar que a assadura foi causada por motivos naturais, não tendo nenhum dos outros viajantes qualquer influência sobre ela. Apesar de que, amigos como somos nos oferecemos para passar Hipoglós, mas o viajante X achou que era melhor ninguém mexer onde “mamãe passou talquinho”. Que seja.
Dito isso, seguimos o curso natural da história e da viagem.
Ao chegar ao destino, para nossa surpresa e por mais estranho que possa parecer, fazia um calor desesperador. Óquei, tira casaco, luvas, manta, e guarda tudo no porta-malas da nave. Todos prontos? Sim, prontos e quase com pontos, que o Gustavo ainda estava guardando as coisas e o BÓ fechou a tampa do porta-malas na cabeça dele. Mó zica. Mas felizmente não foi nada de maior gravidade. Apenas amassou um pouco a tampa do porta-malas, mas o BÓ não cobrou nada por isso.
Guardadas as vestimentas que estavam em excesso, saímos para almoçar e depois às compras. Perfuminhos aqui e ali, bebidinhas lá e acolá, e quem diria, encontramos uma ex-colega de firma, a Marli Soneca. O apelido dela era Soneca porque ela tomava uns comprimidos tarja-preta e dormia em cima do teclado do computador. Teve uma vez que quando ela acordou viu que tinha escrito umas quatro páginas no Word com a letra “Z”. Sem contar a baba. Mas estou tergiversando. Disse-nos a Marli:
- Oieeeeee – que mulher tem disso de espichar o cumprimento - tudo bem com vocês?
- Sim – dissemos todos. E com tu???
- Tudo bem. Estou fazendo algumas comprinhas...
Depois desse primeiro encontro, a cada meia-hora a encontrávamos em algum lugar. Chato. Tu não sabias nem como ia cumprimentar mais ela. E o marido dela com uma cara meio que de poucos amigos pro nosso lado. Acho que se ele pudesse, fuzilava os quatro. Como eu disse, chato mesmo.
Bom, mesmo assim fomos comprando. Vinhos para um, Tequila para outro, perfumes para outro e eis que o Dezã resolve comprar uma mala de viagem. Uma belíssima mala, principalmente porque em seu interior estavam acomodados 4 litros de Chivas Regal. Gostamos mais ainda da compra do Dezã porque ele disse que um dos litros nós iríamos libar ainda naquele dia, na chegada ao hotel em que nos hospedaríamos. Comentamos todos:
- Óoooohhhhhh!!!!!!... que tri.

E agora, irão os intrépidos viajantes libar o litrão de Chivas Regal com denodo?
Não perca o próximo capítulo da alcoolizante e intoxicante história: A saga de Livramento...
A saga de Livramento – Cap. I
Tem uma história da turma que é legal de contar...
Uma vez, isso já faz um tempinho, resolvemos nos aventurar pelas estradas gaúchas até Santana do Livramento, para fazer descaminho de algumas mercadorias de uso pessoal, como perfumes e talicoisa, e algumas bebidas tipo destilados, vinhos e quetais. Combinamos tudo assim: Vamos aproveitar o feriado de Caravaggio, e se bandiamo à La cria. Quatro e meia na casa de um, 5 horas na casa de outro e “se larguêmo”.
Assim fomos: BÓ, Dezã, Gustavo e este que vos escreve. Quatro marmanjos enfiados num Gol 1000 em busca de aventuras, se é que se pode ter aventuras desta forma. Claro, nem se compara a viagem do Dr. Livingstone à Tanzânia, em busca da foz do Rio Nilo, pedido este que lhe foi feito diretamente pela rainha Victória. Dizem que, inclusive, o Dr. Livingstone foi o primeiro branco a ser enterrado na Tanzânia. Ele não achou a foz do Rio Nilo, mas achou outra tão importante quanto: a do Rio Congo. Bom, mas isso é outro caso.
O B.Ó foi pilotando a nave, devagarinho por causa da cerração até uma altura do caminho, lá por Rio Pardo, e depois mais rapidinho quando chegamos num ponto da estrada onde as retas são tão retas, mas tão retas, mas tão retasretasretas, que cansa só de lembrar (não convém dizer quanto mais rapidinho que ainda é capaz de dar multa, mesmo depois de tanto tempo).
Saímos com um frio de renguear cusco, típico frio serrano em meados de maio. Cerração baixa, Chitãozinho e Xororó no rádio cantando “quando a gente ama, qualquer coisa serve para relembraaaaar...”. Após passarmos por Rio Pardo, vimos um acidente na estrada e tiramos nossas primeiras fotos do dia. Quer dizer, não vimos o acidente, vimos apenas o resultado do mesmo, mas as fotos sim foram as primeiras do dia. Após estas fotos, o Gustavo, que era o dono da máquina, resolveu que iria tirar fotos e mais fotos da viagem e bibibi. Mas o que ele fez após as primeiras fotos? Guardou a máquina na capa e escondeu prá ninguém mais ver. Que côsa. Aí acontecia alguma coisa legal, ou passávamos por algum lugar interessante e todo mundo:
- Gu, tira uma foto aí...
- A máquina? Cadê a máquina???
- Não sei... tá guardada.
Baita fotógrafo. Sem contar que ele foi o caminho inteiro dizendo que queria comprar uma pele de jaguatirica. Nunca vi uma pele de jaguatirica, mas deve ser legal, pelo tanto que ele falou. O fato é que além de não vermos a tal pele de jaguatirica, ainda perdemos um monte de fotos legais, porque a dita cuja da máquina estava guardada.
Sem contar que, além da pele de jaguatirica não vista, um dos outros três viajantes (não vou contar quem foi, só posso dizer que não fui eu!), conseguiu, ou melhor, não é que conseguiu, aconteceu de, bem, aconteceu que ele ficou com assadura nas nádegas. Pronto, contei.

O que será que aconteceu com as nádegas de nosso intrépido viajante? Não perca o próximo capítulo da estrepitante, alucinante, embasbacante história: A saga de Livramento.

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