domingo, 24 de outubro de 2010

A saga de Livramento – o retorno! Cap. IX

Quando comecei a acelerar o possante, em desabalada carreira rumo a Farroupilha, eis que surge algo que nos aterrorizava os pensamentos: a fiscalização da Receita Federal. Oh, Céus!


Mas que nada, Tiarajú. Estávamos tranqüilos, pois ainda no muquifo, digo, hotel, planejamos a nossa volta contando com esta intempérie.

Parei o carro e a moça fiscal já saiu mandando ver:

- Abra o porta-malas e separem as notas fiscais de compra...


Que sem coração! Abrir o porta-malas significava o risco de cair toda a muambagem para fora. E isso depois de todo o esforço para guardar tudo direitinho. Mas, que se há de fazer, é a lei, e todos nós componentes do blog respeitamos a lei, senão de todo, ao menos em parte.

- Pois não, cá está!

- Tirem tudo e coloquem no chão.

Tirar tudo? Tirar tudo? Só pode ser brincadeira. Tirar tudo? A senhora sabe quanto tempo levamos para organizar este porta-malas, sua desalmada. Pensei em falar para ela tudo isso, mas me contive por amor a vida. Era óbvio que ela estava a nos fazer uma tropelia, mas naquele momento ela representava a lei, e isso era indiscutível. Tiramos tudo e colocamos no chão.

- Rapazinho – disse ela ao Playmobil – o que você vai fazer com o redondo?

- Como assim? Porque a senhora está me perguntando sobre intimidades?

- Que intimidades o que? Quero saber é o que você vai fazer com este queijo.

- Ah! Ufa... Bom, o queijo é para consumo...

- Tudo bem. Deixa ele em cima do banco. E as notas?

- Eu tenho esta aqui, do perfume que tu achou.

Cara, o piá disse isso... do perfume que tu ACHOU. Isso quer dizer que poderia ter outros, que ela não tinha achado, manja? Tem horas que é melhor ficar quieto.

Mas buenas, vistoria daqui, olha nota de lá, suores frios escorrendo pelo rosto, e no fim tudo certo.

- Podem guardar tudo! E boa viagem.

Podem guardar tudo? Podem guardar tudo? Como se fosse a coisa mais simples do mundo guardar aquela muambagem de volta no porta-malas. Ficamos mais uns 15 minutos tentando arrumar a parada. Maldita! Sem coração!


Mas enfim, guardamos e seguimos em frente. Cantamos, brincamos, fizemos piadas com a fiscal, trememos de medo quando passamos no outro posto da polícia em Rosário do Sul, paramos para ir ao banheiro. Tudo dentro dos planos. Até paramos na mesma casa onde o Gu queria comprar uma pele de jaguatirica e o BÓ comprou um tapetinho, uma faquinha e umas ovelhinhas. O Playmobil pegou umas ameixas do tio que vendeu as coisas pro BÓ. Uma belezura! Nem mesmo o fato de um dos integrantes da turma (o mais novo) soltar gases de origem duvidosa nos fez perder o caminho. Bom, o Dezã ficou bravo, e disse para ele que iria deixar ele a pé se ele fizesse de novo... ele achou melhor parar com aquilo.

Mas tudo que é bom dura pouco, cumpriu-se o velho ditado... eu que dançava embalado nos braços doces da china... opas, isso é Jayme Caetano Braun... bacana, mas não é a hora!

Tudo que é bom dura pouco. Paramos para um rápido lanche, abastecer o possante e trocar de motora. Reiniciamos a nossa jornada e aí, tchrãmmmmmmmm!!!!!

O que aconteceu?


Não perca no próximo capítulo da emocionante, intrigante, hospedante, delirante, açulante, coruscante, embasbacante, viajante e fiscalizante história: A saga de Livramento – o retorno!

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