As Psicólogas

Estava num restaurante, quando adentra no recinto quatro mulheres lindas e ocupam parte de uma mesa reservada para aproximadamente umas 15 pessoas. Sentam-se próximas umas das outras e começam a conversar num tom comportado, porém intrigante. Foi o primeiro sinal. Imaginei: são Psicólogas.

Daquele momento em diante passei a observar os comportamentos e a cada novo episódio aumentava a minha certeza que se tratava de um grupo de Psicólogas.


Pois bem, após a chegada das primeiras, pouco a pouco outras foram chegando, em dupla, em trio e algumas solitárias. Então se abraçavam e choravam. Algumas sorriam, mas a maioria chorava copiosamente ao abraçar a colega. Alguém que não tivesse notado se tratar de Psicólogas, poderia pensar que estavam chegando do velório de uma pessoa querida por todas. Mas não, assim são as Psicólogas, abraçam-se e choram.

As evidências continuaram, elas formam uma máfia perfeita, tão perfeita que já sabem, quando o garçom chegar, seja lá quem for a primeira “vítima”, ela saberá o que fazer, o que pedir. E não deu outra, o garçom abordou a primeira lá no meio da mesa, era bela como as demais, carinha de bêbada e tudo, e qual foi o pedido? Água!! E sem gás!!! Elas são assim, sabem o valor de uma primeira impressão.

O encontro seguia, e o garçom continuava passando. E os pedidos de água já não eram tão percebidos, quanto àquele primeiro, feito com convicção. E foi sepultado de vez, quando uma delas, também linda, rompeu ciclo da água e convicta pediu uma caipirinha. “grande porque estamos num grupo grande” justificou ela desencorajando qualquer questionamento, “já faz duas grandes” disse a outra que estrategicamente tomava água ao lado da primeira vítima, “vê uma cerveja pra nós” disse uma no meio da mesa. Era um sinal. “uma pra nós também”, arrematou aquela bem do canto. Elementar meu caro Watson, aquela bem do canto é estratégica, ela pede mais uma porque estão longe, facilita a logística, só por isso. Assim são essas adoráveis criaturas, elas sabem como agir de maneira que ao seu comportamento não possa ser atribuído qualquer defeito.

Então o balanço é o seguinte: primeiro era uma caipira grande porque eram muitas, depois passou a ser duas caipiras grandes, e pra acabar de vez com aquela conversa de água, mais duas cervejas. Só pra início de conversa.

O encontro seguiu animado, com pouca água, com caipirinhas e cerveja. Um belo encontro que sem dúvidas nos causa inveja por não sermos capazes de agir como as Psicólogas, essas pessoas adoráveis com seu jeito único de ser, cheio de encanto, beleza, inteligência e todos os demais adjetivos que possam contrariar a lógica que não existe perfeição. AS PSICÓLOGAS SÃO PERFEITAS.

Nota do post: após as evidências, por medida de segurança confirmei se tratar, de fato, de um grupo de Psicólogas