Se
neste momento algum gaiato porventura tenha pensado “AH! É tu!!!!” já aviso que
não sou eu. Ou não sou apenas eu. Temos um legítimo representante canino, o
Azeitona!
O
Azeitona é um poodle, mas não age como um poodle, manja? Não é xaropinho... ele
é tri calmo, gosta de brincar, mas tem o tempo dele. Se tu ficar enchendo o
saco, ele sai de fininho prá se esconder ou deitar na caminha dele.
Pois
bem, não sei se já falei sobre isso, mas há alguns anos atrás, dois ou três, o
Aze (nickname do bicho) teve um problema: ficou paralítico!!!! Temos algumas
possíveis causas, mas não sabemos com 100% de certeza o que aconteceu.
Bueno,
mas enfim, ele não mexia as patinhas traseiras. Pior, ele não sentia nada. Tu
podia cravar a unha que o bicho nem tchuns...
Procuramos
vários veterinários, fizemos radiografias e tals, mas nada de melhorar. Mas nunca
pensamos em sacrificá-lo, afinal, não se sacrifica uma parte da família.
Até que
um amigo, o Fernando, nos indicou uma veterinária que estava passando férias em
Garibaldi, que tratava os animais com acupuntura. Manja acupuntura? Aquelas agulhinhas
e bibibi. Pois bem, fomos ao encontro da moça e ela resolveu nos ajudar.
Fizemos três sessões de acupuntura com ela, e já na terceira o Aze começou a
novamente sentir as pressões que fazíamos nas patas traseiras dele. Aí ela foi
embora!!!!
Procuramos
outros veterinários que tratassem da mesma forma, mas não havia nenhum.
Tratamos ele com uma Japa Tailandesa, que fez uma sessão de acupuntura apenas.
Largamos ela porque ela mais machucou ele do que ajudou. Então descobrimos uma
veterinária em Caxias do Sul que fazia este tipo de tratamento em animais.
Fizemos com ela mais umas 30 sessões eu acho. E o Aze nunca reclamou, ficava até
quase dormindo com as agulhas.
Hoje
nosso dog está fisicamente bem, corre, brinca, pula, e até se arrisca a subir
no sofá. Infelizmente ele não poderá mais conhecer nenhuma cadelinha no sentido
bíblico, pois a veterinária nos disse que se ele tivesse novamente intercursos
com fêmeas caninas, ficaria paralisado e talvez definitivamente. Tenho pena
dele neste sentido, pois ele já tinha mantido intercursos com uma poodlezinha
jeitosinha, e até procriou.
Quando
vi no jornal sobre o sujeito que foi preso puxando um cachorro amarrado ao
carro em Santa Cruz do Sul, lembrei de todo o sufoco que passamos com o
Azeitona, e fiquei pensando o quanto infeliz é esse ser (não posso chamar de
humano, apenas de ser) que por maldade ou loucura resolveu assassinar um
cachorro desta forma. Junto com isso, veio na lembrança aquele outro animal que
enterrou os filhotes de sua cadela, ainda vivos, e que também foi preso por
maus-tratos.
As vezes
me impressiono com a maldade do homem (homem/mulher).
Fico
olhando pro Azeitona e pensando que ele passou por uma situação tão crítica e tão
delicada e em nenhum momento chorou ou latiu por isso. E hoje a única coisa que
ele quer é que cheguemos em casa e atiremos a bolinha amarela para ele pegar.
Tenho
uma terrível dor nas costas e nunca fiz nenhuma sessão de acupuntura. Mas faria
tudo de novo com o Azeitona, só para ver nosso cachorro brincando novamente.
Só
espero que estes monstros dos dois casos que citei, e todos os outros que não
sei, tenham a punição merecida. E que
não sejam admitidos embargos infringentes.