quarta-feira, 9 de maio de 2012

Quantas Cotas????

Um dos meus melhores amigos de infância era o Sandro, mais conhecido como Nêgo Tição. Isso mesmo que você leu, caro leitor: Nêgo Tição.
Óquei beibe, entendo que você pense “Báh, dos mais politicamente incorretos, o magrão!”.
Mas não, garanto que não sou politicamente incorreto. O apelido do Tição éra Nêgo Tição!
Quando era infante e adolescente, tínhamos sempre alguma festa prá ir, e às vezes eu dormia na casa do Nêgo e outras vezes ele dormia na minha casa. Dependia muito da cidade que tinha a festa.
Nunca vi o Nêgo ter nenhum problema por ser negro. E nunca vi ele precisar de alguma ajuda diferenciada por ser negro. As oportunidades sempre foram as mesmas prá nós. Tivemos a mesma educação na escola, os mesmos conceitos, tudo igualzinho. Para toda a turma foi assim. O caminho que cada um tomou depois foi por conta do que cada um desejava prá si. É o que teoricamente assumimos como livre arbítrio.
Agora vejo o Supremo Tribunal voltado à discussão das cotas nas Universidades, indo contra justamente aquilo que eles deveriam defender com unhas e dentes, a Constituição Federal. Na CF/88, lê-se claramente que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...”. Leia o art. 5º prá saber tintin por tintin. Mas o que me refiro é o seguinte, se todos são iguais perante a lei, porque temos que fazer distinção para alguns? O Sandro sempre foi igual a mim e aos outros amigos que tínhamos, e sempre tivemos respeito um pelo outro.
Não sou contra os Negros na universidade, ou Japoneses, ou Índios, ou Muçulmanos, Católicos, Evangélicos, ou, ou, ou... ou ainda, ou. Sou contra protegermos alguns em detrimento de outros.
Sabe o que parece? Pois vou dizer o que parece.
- Sabe aqueles pais que aos invés de ajudarem os filhos a passar pelas dificuldades, facilitam o caminho. Sabe, aqueles pais que tiram tudo da frente dos filhos por que eles pode se bater e machucar e bibibi? É isso. Ao invés de ajudá-los a desviar ou encarar os desafios, limpam o caminho.
Claro, os negros sofreram horrores durante séculos, e infelizmente, em alguns lugares ainda sofrem, com preconceitos, desrespeito, etc. Sei disso que não sou tanso. Além disso, meu pai é moreno (será que tenho direito a cota?), e me conta ainda hoje sobre algumas situações que passou na vida, por ser moreno.
Agora, se é que importa, dividirei com vocês minha humilde opinião: nos falta educação! Formal, de escola e talicoisa, mas também pessoal.
Sabe por que? Porque se tivéssemos educação, como alunos, pessoas, como povo, não haveria necessidade de termos cotas para alguns. Se todos tivéssemos a mesma oportunidade de educação, teríamos condições de igualdade na hora de buscarmos as oportunidades de graduação. Ou oportunidades de emprego. Mas o Supremo não pensa assim. E por 10 votos homologou a validade das cotas.
Mas pensa comigo agora: quando um cotista sair da graduação, será que vai ter cotas para ele no mercado de trabalho? Ou ele vai ter que mostrar que merece a posição?
Educação, caro leitor, educação. Nossa salvação não está em cotas, mas sim na educação.



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