terça-feira, 12 de junho de 2012

A vida aos 40!!!

Tem algumas passagens na minha vida que lembro até hoje, não sem uma certa nostalgia, por certo.
Lembro da vez em que passei por trás de um balanço na pracinha da Igreja Sagrada Família e voltei para casa com belíssimos 15 pontos na cabeça. Ou de andar de carrinho de Rolimã pelo asfalto perto da Algodoeira, em Santo Ângelo, nos domingos de rua fechada para as crianças brincarem (sim, se fechava uma rua só para as crianças brincarem!).
Lembro de algumas vezes que ia na Caleira comprar Cal com a minha avó, para ela fazer doce de abóbora, manja??? Aquele doce durinho que só as avós sabem fazer??? Pois é... Djóia!
Lembro do dia em que ganhamos a BARSA, Enciclopédia Britânica com seus 480 volumes, o que me facilitou e muito a vida pois nunca mais precisei entrar numa biblioteca para fazer pesquisa prá escola.
Teve o dia em que apanhei por ir pescar num açude, sem avisar prá ninguém. Tomei um tundão que sobrou só o espinhaço dos peixinhos... o resto ficou no meu lombo! Que côsa! Mas, ao contrário do que se possa pensar, isso me fez entender a importância de ouvir meus pais sobre o significado da palavra “perigo”.
Lembro de ser de gêmeos até os 16 anos, e descobrir que era de câncer. Mas incrivelmente, tudo que a Zora Ionara falava no Jornal do Almoço sobre meu horóscopo dava certo.
E quando mudamos de cidade e fomos morar em Entre-ijuis? Novos amigos na escola nova e distância dos velhos amigos da escola velha.
Lembro de ir pescar com meu irmão, junto com o pai e guardar uns peixes para trazer prá mãe, só que fora do gelo! No meio do caminho tiveram que botar fora a caixa de isopor porque ninguém aguentava o cheiro de peixe podre.
As trocas de olhares com as meninas... os namoricos fugazes nas tardes livres... as brigas com os amigos e os pedidos de desculpas aos amigos depois das brigas.
O primeiro emprego, o primeiro vestibular, o primeiro namoro sério (e último, por que me casei com a namorada séria).
A vida longe de casa, longe da família.
O aprendizado solitário da arte da culinária, ao fritar ovos e queimar arroz.
A notícia de que estávamos grávidos, eu e minha senhôura.
O nascimento da minha filha. A primeira vez que ela me chamou de papai.
Enfim, poderia ficar aqui tecendo loas aos borbotões, num mexinflório choroso e emotivo, durante dias.
Mas a nostalgia acaba num piscar d’olhos, pois o futuro bate a porta (tu viu que usei um apóstrofo! Tri!). O futuro de meus 40 anos!
Cara, to ficando quarentão!
Só que junto com a idade, vem aquele exame, manja?
Aí fiquei numa dúvida, que martela minha cabeça como se fossem os sinos da Catedral Angelopolitana:

- Será que vou sentir nostalgia ao lembrar do meu futuro Urologista?

Óh céus!!!

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