quinta-feira, 27 de março de 2014

Nosso adorável mundo... animal!!!!!

 Diz-se que Heitor, irmão de Páris, quando aceitou lutar contra Aquiles a fim de terminar com a guerra entre Gregos e Troianos fez um pedido singelo ao Grego Aquiles:
- Aquele que tiver como destino a morte, será devolvido aos seus, para que seja honrado e tenha um funeral digno.
Ao que Aquiles respondeu:
- Não há pactos entre presa e predador.
Cara... não era legal ser inimigo do Aquiles.
Traduzindo aqui para nós, reles mortais, Aquiles deixou claro que o Heitor estava fo... ferrado! Ele ia morrer! E morreu!!!!
Aquiles então amarrou Heitor pelos pés em sua biga, e deu três voltas no entorno das muralhas de Tróia, para mostrar aos troianos o corpo de seu herói Heitor, morto. Em seguida, voltou à sua tenda. No dia seguinte e também no outro repetiu o mesmo gesto. Três voltas com o corpo de Heitor sendo arrastado pelo entorno de Troia.
Até que Príamo, pai de Heitor e Páris, foi escondido até o acampamento Grego e implorou a Aquiles que lhe fosse permitido prantear o filho morto, ao que Aquiles aquiesceu, libertando assim o corpo de Heitor para um funeral digno.
A história da batalha entre Aquiles e Heitor está contada na Ilíada, de Homero, obviamente com um pouco mais de fantasia, retratando a raiva existente entre Aquiles e Heitor e o desrespeito do Grego pelo seu inimigo. Muitos imaginam que toda essa briga seja por causa de Helena (que devia ser uma coisinha!!!), mulher que Páris roubou de um Rei Grego. Mas não é.
A briga entre os dois se deu porque Heitor matou o primo de Aquiles (e provável amante), Pátroclo. Diz o poeta que amor e ódio são dois irmãos a brigar por espaço. Bonito isso!
Mas tu consegues imaginar a raiva do Aquiles, para arrastar o corpo de seu inimigo sem perdão?
Eu imagino que deva ter sido alguma coisa enlouquecedora a ponto de fazê-lo perder a noção de civilidade. Ele não tinha nenhum respeito pelo seu inimigo, nem mesmo o respeito pelos familiares de seu inimigo. Ele queria causar dor, tanto quanto a dor que ele mesmo sofria.
Corta.
Saindo da história e entrando na atualidade, que tipo de sentimento havia entre os três policiais do Rio de Janeiro quando arrastaram aquela mulher, a Cláudia, pelas ruas do Rio, após atingirem-na com um tiro de fuzil.
É difícil imaginar o que pode ter acontecido antes do tiro fatal, mas o desrespeito desses policiais pelo ser humano Cláudia foi tamanho, tão vil e covarde, que não há como descrevê-lo sem cair inconscientemente no mundo animal. Mesmo que nem um animal seja tão covarde assim.
Essa “coisa” (não consigo encontrar uma palavra que expresse esse absurdo) que eles fizeram com a moça mostra que alguns seres, chamados de humanos, perderam qualquer sentido de civilidade, de consciência, de respeito ao próximo ou de amor próprio, porque alguém capaz de fazer isso com um semelhante provavelmente espera ser tratado desta mesma forma quando chegar a sua hora.
E aí está o busílis! A falta de respeito...
É sabido que a justiça no Brasil tarda, as vezes falha, e normalmente pune mais quem deve menos. E por isso mesmo não me admirou em nada a declaração destes policiais do caso Claudia, quando disseram que só queriam ajuda-la e propiciar um atendimento urgente para que ela pudesse sobreviver.
Ou seja, joga na caçamba, deixa arrastar no chão por 200m, e depois tenta salvar.
Mas e se morrer? E daí... morreu!!!!
É, o troço começa a ficar preocupante.
E dizer que se falava mal dos traficantes que queimavam seus desafetos dentro de pneus...

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