segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Só um tapinha




Estamos vivendo mais um debate nacional por conta da nova lei que proíbe agressão a crianças praticadas por adultos. A referida lei põe fim, formalmente, à “psicologia infantil” utilizada pelos pais como reprimenda às travessuras da infância.

Obviamente, sou contra qualquer tipo de agressão, ainda mais se cometida por um adulto em uma criança, isso realmente não pode e não deve acontecer, existem formas alternativas para demonstrar para a criança que uma determinada atitude não deve ocorrer. Nem se repetir.

Mas o que realmente preocupa sobremaneira nessa nova lei, a meu ver, é que a reboque dela recrudescem valores oportunistas na sociedade, que abrem as portas para aqueles que desejam fazer valer a “Lei de Gerson” pela qual se leva vantagem em tudo.

Lamentavelmente boa parte da nossa população não está preparada para diagnosticar e entender o espírito das leis, e fazer bom uso delas.

Neste cenário, é bem provável que a nova lei sirva de justificativa para atribuir ilegalidade a determinadas condutas por parecer de repressão e agressão. É a velha estória: “se não pode o menos não pode o mais”.


Ora, se não pode o pai dar um tapinha no filho, não pode o chefe chamar a atenção do funcionário, não pode o professor repreender o aluno, não pode a polícia intervir no “trabalho” do bandido, e assim por diante.


Então, diletos leitores, penso que o problema não é o tapinha, que de fato não é instrumento de educação infantil. O problema é a forma distorcida que a lei pode adquirir na sua interpretação e aplicação, fomentando a impunidade.

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